Um vovô com vitiligo cria bonecas de crochê para restaurar a autoestima de crianças que sofrem com a doença
MAR 17, 2020 AT 07:20 PM
Vitiligo é uma doença que afeta 3 milhões de brasileiros, e consiste da perda de coloração em certas áreas da pele. Embora existam vários tratamentos para combater a condição, o aspecto mais difícil é o preconceito contra quem sofre da doença.
Por isso queremos te contar hoje a história do Seu João, um homem que decidiu usar a arte do crochê para trazer felicidade e autoestima às crianças com vitiligo.
Como tudo começou.
João Stanganelli, de 64 anos, teve os primeiros sinais de vitiligo aos 38. Ele trabalhava na indústria gastronômica, mas, devido a um problema cardíaco, sua vida mudou radicalmente no ano passado.
Mas João não permitiu que esse obstáculo limitasse sua vida. Ele decidiu arranjar um hobby para manter sua mente saudável, ativa e feliz. E então, junto com a esposa Marilena, decidiu aprender a crochetar.
Ele confessa que não foi fácil, e pensou em desistir, mas decidiu insistir. Depois de cinco dias, já tinha crochetado a primeira boneca.
Qualquer um pode crochetar?
Definitivamente não. Não é pra todo mundo, porque pode causar calos nos dedos, como o João explicou, e isso incomoda algumas pessoas. Mas quando você acostuma, não quer mais parar.
Ele disse que sua ideia original era fazer bonecas para a neta, e que queria fazer alguma coisa especial para que ela sempre lembrasse dele.
Decidiu crochetar uma boneca com vitiligo, e assim nasceu Vitilinda, uma linda boneca com manchas e pele desigual.
Ajudar o próximo é uma forma de amor.
Depois do sucesso da Vitilinda, João decidiu fazer mais projetos de crochê inclusivo. A seguir foram bonecas com cadeira de rodas, e então todo mundo se apaixonou por elas, o que tornou o trabalho ainda mais recompensador.
O objetivo mais importante para o João é aumentar a autoestima das crianças que vivem com essa condição, e fazê-las sorrir. Saber que alguém valoriza a arte dele é inspirador e motiva para que ele desenvolva suas habilidades todos os dias.
Em suas entrevistas, ele sempre partilha a seguinte mensagem: “As minhas manchas são lindas. O que me dói são as falhas no caráter das pessoas.”
Acesso à informação é uma das muitas maneiras de entender e praticar a inclusão. Você conhece outros jeitos? O que achou do trabalho do João? Compartilhe sua opinião conosco na seção de comentários!